Destaques
A redução da utilização inapropriada ou evitável dos serviços de urgência do Serviço Nacional de Saúde (SNS) é fundamental e uma medida de eficiência e melhoria da qualidade na prestação de cuidados, uma vez que permite, por um lado, minimizar as situações de excesso de procura, reservando-os para as situações mais graves e, por outro lado, é mais eficiente e segura para o utente com doença aguda de menor gravidade, oferecendo uma resposta no local certo, nomeadamente na equipa de saúde familiar.
A implementação de estratégias tendentes à diminuição das urgências evitáveis implica, necessariamente, o reforço da implementação e divulgação dos mecanismos que garantem o acesso adequado dos utentes que procuram os serviços de saúde em situação de doença aguda.
Trata-se de um verdadeiro projeto do SNS, pois envolve um conjunto de entidades que funcionam em rede com um único objetivo: prestar melhores cuidados de saúde.
Nesse sentido, sob a coordenação da Direção Executiva do SNS, o Agrupamento dos Centros de Saúde (ACeS) Póvoa do Varzim/Vila do Conde e o Centro Hospitalar Póvoa do Varzim/Vila do Conde (CHPVVC) construíram, de forma integrada, inovadora e centrada no utente, o Projeto Piloto “Ligue antes, salve vidas”, conjuntamente com a SPMS – Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, Direção-Geral da Saúde, Instituto Nacional de Emergência Médica, Administração Regional de Saúde do Norte e Administração Central do Sistema de Saúde, implementando um vasto leque de medidas com impacto na qualificação do acesso a uma resposta adequada à doença aguda, que a população necessita, numa abordagem multi-institucional.
Trabalhando no percurso do utente dentro do SNS, pretende-se, com este projeto, capacitar o cidadão para a escolha adequada da resposta em saúde que lhe irá prestar os cuidados mais adequados ao seu estado de doença aguda, naquele momento, garantindo, ainda, que esta resposta qualificada é dada em tempo útil.
Neste sentido, o projeto inclui medidas no âmbito da literacia em saúde, que pretendem reforçar a utilização preferencial do contacto com a linha SNS 24 como entrada no SNS, permitindo aumentar a satisfação dos utentes e profissionais, pela possibilidade de organização e gestão dos serviços de saúde disponíveis para a resposta à doença aguda, através de um encaminhamento adequado: autocuidados em domicílio, consulta aberta em cuidados de saúde primários (com consulta agendada no mesmo dia ou no dia seguinte) e Serviço de Urgência (SU). Para situações emergentes, o contacto a estabelecer mantém-se através da linha 112 e o INEM dará a devida resposta.
Ao nível dos Cuidados de Saúde Primários (CSP), a otimização da oferta existente de consulta aberta na totalidade das Unidades Funcionais (UF) do ACeS (14 Unidades de Saúde Familiares) permitiu disponibilizar, por semana, 2552 consultas para resposta ao utente e 785 consultas para marcação direta na agenda através da linha SNS24 e SU do CHPVVC. Outra das medidas implementadas vem permitir ao acesso à resposta a doença aguda aos sábados, domingos e feriados, das 9 às 13 horas, através da criação de um Serviço de Atendimento Complementar.
Ao nível dos Cuidados Hospitalares, destacam-se as medidas para dar resposta aos doentes crónicos complexos, em situação de doença agudizada, com referenciação e marcação direta pelos CSP, para especialidades como Medicina Interna, Consulta multidisciplinar de pé diabético, Ginecologia/Obstetrícia, Imunohemoterapia, Medicina Interna, Ortopedia e Psiquiatria. Também a possibilidade de utilizar a Hospitalização Domiciliária, com referenciação direta dos CSP, através de um procedimento de integração de cuidados, evita que um doente agudizado que necessite de internamento, tenha de ir para o SU hospitalar.
No caso do utente que recorre ao SU e que apresenta critérios clínicos para avaliação nos CSP (utilização considerada indevida ou evitável), o SU recalcula um percurso alternativo (referenciação inversa), direcionando o utente para a sua Unidade de Saúde Familiar, oferecendo esta resposta através da marcação direta de uma consulta aberta na agenda disponível para o efeito.
Este projeto-piloto, integrado e multi-institucional “Ligue antes, salve vidas”, foi apresentado, na quarta-feira, dia 24 de maio, no Cine-Teatro Garrett, na Póvoa de Varzim, e contou com a presença do Diretor Executivo do SNS, Fernando Araújo.
Ler MaisPortugal é o 8.º país mais preparado para combater a obesidade, de acordo com o ranking World Obesity Atlas 2023, da World Obesity Federation, que analisa 183 países. O resultado deve-se ao conjunto de medidas de promoção da saúde que tem sido desenvolvido e que a Direção-Geral da Saúde, através do Programa Nacional de Promoção da Alimentação Saudável, destaca hoje, Dia Nacional de Luta Contra a Obesidade.
Portugal surge em 8.º lugar no ranking, que mede a preparação para combater a obesidade, sendo superado pela Suíça, Finlândia, Noruega, Islândia, Suécia, França e Reino Unido e destacando-se face aos países do Sul da Europa com poder económico semelhante.
O bom resultado de Portugal é, entre outros aspetos, explicado pelo facto de terem sido aplicadas várias medidas na área da promoção da saúde, nomeadamente da alimentação saudável e da atividade física. São exemplos destas as ações que visam legislar o marketing ou reduzir o sal nos alimentos – como o teor máximo de sal no pão.
Destaca-se, também, a capacidade das unidades de Cuidados de Saúde Primários em identificarem precocemente e darem resposta a patologias associadas à obesidade, como é o caso da diabetes ou das doenças cardiovasculares. A existência de Programas de Saúde Prioritários na DGS (alimentação saudável, atividade física, diabetes, doenças oncológicas e cardiovasculares) teve também um contributo importante para os resultados.
Apesar de a posição no ranking ser encorajadora, este relatório refere algumas projeções preocupantes: em 2035, a percentagem de adultos com obesidade em Portugal será de cerca de 39% - um aumento de 2,8% por ano. Além do impacto direto na saúde dos portugueses, se estas projeções se confirmarem, a despesa da saúde para mitigar problemas causados pela obesidade será equivalente a 2,2% do PIB em 2035.
Além de seguir indicadores da Organização Mundial de Saúde (OMS), o ranking avalia vários parâmetros e medidas colocadas em prática pelos 183 países analisados. Dados como a cobertura e capacidade de resposta dos serviços de saúde e a mortalidade prematura por doenças crónicas são analisados. A estes juntam-se, ainda, as políticas de prevenção desenvolvidas pelos países.
Fonte: DGS
Ler MaisAssinalou-se a 18 de maio um ano desde que foram confirmados em Portugal os primeiros casos de infeção humana com o vírus Monkeypox, atualmente designado de Mpox. Numa altura em que a Organização Mundial de Saúde declarou já o fim desta emergência de âmbito internacional, o Ministério da Saúde salienta que o controlo desta epidemia só foi possível pela pronta resposta a nível nacional, nomeadamente em termos de diagnóstico clínico e laboratorial da infeção, reforçando-se a cooperação entre os organismos do Ministério da Saúde e as associações de base comunitária.
“Nesta emergência de saúde pública, sobre a qual inicialmente pouco sabíamos, o trabalho com as comunidades em maior risco e a rápida partilha de informação e boas práticas entre os países mais afetados foi crucial. Permitiu dar novos passos na preparação dos sistemas de saúde para a vigilância e intervenção face a doenças infeciosas emergentes, realidade que as alterações climáticas e maior circulação de pessoas torna hoje mais premente”, afirma a Secretária de Estado da Promoção da Saúde, Margarida Tavares.
Portugal foi um dos primeiros países a detetar casos de Mpox. Tratando-se de um surto com características novas, tornou-se necessário identificar os principais sintomas, período de incubação e vias de transmissão, de forma a informar e a definir medidas de prevenção e controlo eficazes.
Ao longo do último ano, foram diagnosticados em Portugal 953 casos de Mpox, quase na totalidade em pessoas do sexo masculino.
A partir de outubro os casos tornaram-se esporádicos, tendo sido diagnosticados 9 casos desde então, num total de 953 casos conhecidos em Portugal.
Fruto da rápida resposta e adesão da população, foi possível interromper as cadeias de transmissão, através do diagnóstico, sensibilização e, posteriormente, através da vacinação.
Esta experiência em Portugal foi mesmo destacada pela Organização Mundial de Saúde como um bom exemplo de como as autoridades de saúde devem trabalhar com a comunidade.
Numa primeira fase, a vacina foi oferecida a pessoas que tinham tido contactado com alguém infetado, com posterior alargamento a outros indivíduos em maior risco. Até ao dia 12/05 foram vacinadas 3.554 pessoas, a maioria na região de Lisboa e Vale do Tejo.
A promoção da vacinação dos grupos elegíveis continua a ser uma prioridade para o Ministério da Saúde, uma vez que o vírus permanece em circulação.
A vacinação contra a Mpox está disponível em centros de saúde e associações de base comunitária, estando a informação disponível no site da Direção Geral da Saúde.
O Ministério da Saúde agradece publicamente o trabalho da Direção Geral da Saúde, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, dos profissionais de saúde diretamente envolvidos na reposta à Mpox e das pessoas e associações da sociedade civil que contribuíram para o rápido conhecimento e controlo do surto em Portugal.
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