29-09-2022

Desfibrilhação Automática Externa: Mais equipamentos disponíveis para responder a situações de paragem cardiorrespiratória

Em 2022, o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) licenciou 584 novos programas de Desfibrilhação Automática Externa (DAE), os quais abrangem 618 equipamentos de DAE e 1.847 operacionais devidamente certificados para a sua utilização. Números que representam um incremento da capacidade de resposta da sociedade a eventuais casos de paragem cardiorrespiratória (PCR) em locais públicos, bem como do acesso da população a estes equipamentos.


Existem atualmente 2.423 programas licenciados pelo INEM, a que correspondem 3.891 espaços de acesso público, 3.961 equipamentos DAE e 21.754 pessoas certificadas para os utilizar.


Um programa de DAE licenciado inclui toda a estrutura de suporte à utilização de DAE por operacionais não médicos nas instalações e/ou veículos detidos pela entidade promotora do programa. Antes de os DAE poderem ser instalados e utilizados, os programas devem ser licenciados pelo INEM, a quem cabe a coordenação do Programa Nacional de Desfibrilhação Automática Externa (PNDAE) para garantir que, em condições normais, cada ato de DAE é realizado por um operador treinado e certificado, atuando por delegação médica, com recurso a equipamento em adequadas condições de funcionamento e corretamente integrado na cadeia de sobrevivência. Cabe ainda ao INEM fiscalizar a atividade no âmbito da DAE desenvolvida pelas entidades por si licenciadas, de modo a garantir o cumprimento dos requisitos legais.


Além dos Programas de DAE em funcionamento em entidades públicas e privadas, Portugal conta ainda com mais 1.656 equipamentos DAE existentes nas viaturas do Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM), nomeadamente nos meios do INEM e dos parceiros do SIEM – Bombeiros e Cruz Vermelha Portuguesa -, e 10.404 operacionais aptos para a sua utilização, o que representa mais uma garantia de acesso à desfibrilhação a quem dela precise.
Desde 2012 que é obrigatória a instalação de equipamentos de DAE em locais de acesso público que cumpram determinados requisitos, nomeadamente nos estabelecimentos comerciais de dimensão relevante, aeroportos e portos comerciais, estações ferroviárias, de metro e de camionagem com fluxo médio diário superior a 10 mil passageiros e recintos desportivos, de lazer e de recreio com lotação superior a 5 mil pessoas.


Recorde-se que a morte súbita no adulto, na maioria das situações, é causada por uma arritmia cardíaca que impede o coração de bombear o sangue. O único tratamento eficaz para esta arritmia é a desfibrilhação elétrica, que consiste na administração de choques elétricos ao coração parado, possibilitando que o ritmo cardíaco volte ao normal. Nestas situações, a probabilidade de sobrevivência é tanto maior quanto menor for o tempo decorrido entre o início da arritmia e a aplicação do choque elétrico (desfibrilhação), sobretudo se tiverem sido iniciadas imediatamente manobras de Suporte Básico de Vida.


Os programas de DAE certificados garantem que os três primeiros elos da Cadeia de Sobrevivência – 1) Alerta precoce (ligar 112) + 2) Suporte Básico de Vida (SBV) precoce + 3) Desfibrilhação (choque) precoce – são todos suficientemente robustos para garantirem às vítimas de paragem cardiorrespiratória as melhores possibilidades de sobrevivência, até à chegada dos meios de emergência médica pré-hospitalar e a implementação de medidas de Suporte Avançado de Vida (o quarto elo da Cadeia de Sobrevivência). Afinal, a força de qualquer cadeia depende da força de cada um dos seus elos.

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