04-06-2021

eHealthsummit.pt: “A tecnologia é indissociável do futuro do INEM”

O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) marcou presença no maior evento da saúde digital em Portugal, o eHealthsummit.pt, que decorreu em formato híbrido nos dias 1 e 2 de junho. O Presidente do INEM, Luís Meira, foi um dos palestrantes na mesa redonda “Investir em tecnologia para uma melhor Administração Pública”, na qual se discutiu o presente e o futuro tecnológico das instituições públicas.


Convidado a partilhar a estratégia do INEM nesta área, o Presidente do INEM reconheceu que a evolução digital veio “facilitar o trabalho dos recursos humanos, introduzindo uma maior segurança nas decisões que são tomadas”. Dando como exemplo os Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM, onde “diariamente são tomadas milhares de decisões que têm impacto na vida das pessoas”, Luís Meira reconhece que é através de um sistema robusto de suporte à decisão médica que se garante a eficiência do trabalho realizado. Apesar disso, o Presidente do INEM defende que continua a ser o fator humano a fazer a diferença. “A tecnologia facilita a tomada de decisão, permite reunir e disponibilizar dados, mas não permite uma tomada de decisão”, que continua a ser uma tarefa dos profissionais do INEM.​​​​​​​


Apontando algumas das inovações que o INEM tem procurado desenvolver no seio da sua atividade, Luís Meira referiu a recente implementação de software de robotic process automation (RAP), ou seja “robôs tecnológicos que permitem automatizar tarefas repetitivas e monótonas que antes estavam atribuídas a pessoas”. Implementados nas áreas financeira e operacional do Instituto, os RAP conseguem “cruzar diferentes bases de dados, convertê-las em informação e transformar essa informação em conhecimento que será utilizado para tomar decisões”, para além de permitirem libertar os recursos humanos e canaliza-los para outras atividades.


Outra das inovações trazidas a palco pelo Presidente do INEM foi o “processo de virtualização dos CODU”, um trabalho que já vinha sendo desenvolvido pelo Instituto ao longo dos últimos anos mas que, por força das circunstâncias impostas pela COVID-19, viu a luz do dia em 2020. Os postos de atendimento virtuais permitiram que “várias dezenas de trabalhadores garantissem o atendimento de chamadas de emergência, a receção de dados e a regulamentação médica a partir das suas casas”, inclusivamente dos Açores ou Espanha, partilhou Luís Meira. Este desenvolvimento trouxe vantagens não apenas no contexto da pandemia, uma vez que significa que a continuidade da atividade do INEM não está “dependente de uma estrutura física localizada” num determinado espaço.


“A tecnologia é indissociável do futuro do INEM”, garantiu Luís Meira, afirmando que a visão do Instituto é contribuir para “uma sociedade mais digital, no que respeita ao acesso aos cuidados de saúde”. Especificamente, o presidente do INEM revelou a criação e desenvolvimento de uma aplicação móvel “que permita á população um acesso mais rápido” aos serviços de emergência médica pré-hospitalar, numa área em que “o tempo é fundamental, pois a resposta do INEM mede-se em segundos”.


A mesa redonda “Investir em tecnologia para uma melhor Administração Pública” , moderada pela jornalista do Diário de Notícias Rosália Amorim, juntou também Sara Carrasqueiro, da Agência para a Modernização Administrativa, Sandra Cavaca, dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, e César Pestana, da eSPap.


O INEM marcou também presença na área de exposições do eHealthsummit.pt, com a exibição de uma Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) e um Motociclo de Emergência Médica. Mas o destaque principal foi para a plataforma desenvolvida pelo INEM iTeams – o acrónimo para INEM Tool for Emergency Alert Medical System. Esta é uma ferramenta de suporte interativo entre o CODU e os meios que estão no terreno, que permite estratificar a gravidade clínica das ocorrências e contribuir, assim, para uma regulação médica efetiva nas situações de maior gravidade. O iTeams está atualmente disponível em todos os meios de emergência do INEM e o objetivo é alargar a sua utilização a todos os parceiros do Sistema Integrado de Emergência Médic (SIEM) até ao final de 2021.


Coube ainda ao INEM, no âmbito da sua atividade, a operacionalização de dois postos de recolha de colheitas biológicas para análise à COVID-19, durante os dois dias do evento.

imagem do post do eHealthsummit.pt: “A tecnologia é indissociável do futuro do INEM”
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