Pré-triagem do INEM alivia pressão dos Serviços de Urgência do HSM e HGO
Cerca de 70% dos doentes observados pelas equipas do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) nos pontos de pré-triagem montados no Hospital de Santa Maria e no Hospital Garcia de Orta eram graves. Estas operações permitiram aliviar, ao longo de quatro dias, a pressão sobre os respetivos Serviços de Urgência, o congestionamento de ambulâncias e garantir um encaminhamento dos doentes para os locais mais adequados, em segurança e no menor espaço de tempo possível.
Com o número elevado de casos de Covid-19 registado nas últimas semanas, a afluência aos Serviços de Urgência (SU) tem aumentado de forma genérica, com utentes a chegar a estes serviços através de ambulâncias acionadas não só pelos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM, como também a partir de outras unidades de saúde ou pelos próprios utentes.
Na região de Lisboa e Vale do Tejo, esta situação originou um congestionamento de ambulâncias à entrada dos SU de alguns hospitais, como foi o caso do Hospital de Santa Maria (Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte) e do Hospital Garcia de Orta.
Para fazer face a esta situação, o INEM, com o apoio da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) e em articulação com aqueles hospitais, instalou pontos de pré-triagem e áreas de apoio clínico junto aos SU, permitindo, ao longo de vários dias, aliviar a enorme pressão assistencial causada pelas ambulâncias com doentes Covid-19 e não Covid-19 que foram encaminhados pelos CODU, por outras unidades de saúde ou que acorreram àqueles serviços por iniciativa própria.
Às equipas do INEM, compostas por Médicos, Enfermeiros e Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (TEPH), coube avaliar o estado clínico dos doentes que se encontravam a aguardar nas ambulâncias e garantir a sua vigilância. Os doentes emergentes ou mais graves deram entrada diretamente nos SU e os doentes menos graves (triados como amarelos ou laranjas) aguardaram vaga numa área de apoio clínico mais reservada dos parques de estacionamento dos hospitais, sob vigilância e assistência médica pelas equipas do INEM e por profissionais de saúde dos hospitais e dos próprios Centros de Saúde envolvidos.
Já os doentes com situação clínica que permitisse a sua estabilização nos Cuidados de Saúde Primários foram referenciados para Centros de Saúde da área. Sobre este ponto, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS-LVT) autorizou excecionalmente, a 29 de janeiro, a possibilidade do CODU do INEM referenciar doentes diretamente para os Cuidados de Saúde Primários, o que até aqui só podia ser feito para unidades hospitalares com nível de Serviço de Urgência Básico (SUB), Serviço de Urgência Médico-Cirúrgico (SUMC) ou Serviço de Urgência Polivalente (SUP). Esta medida veio também contribuir para a diminuição do congestionamento verificado.
O sistema de pré-triagem e apoio clínico implementado no Hospital de Santa Maria, entre os dias 29 de janeiro e 1 de fevereiro, permitiu observar 85 doentes que se encontravam a aguardar entrada no SU. A maioria dos casos, cerca de 68,2%, deram entrada imediata no SU ou mantiveram-se a aguardar na área de apoio clínico, pois eram doentes com gravidade e indicação para internamento (triados com as cores vermelho, laranja e amarelo). Os restantes foram encaminhados para os Centros de Saúde de Sete Rios, Odivelas e Póvoa de Santo Adrião, ou receberam alta para o domicilio.
Já no Hospital Garcia de Orta, as equipas do INEM realizaram 72 observações, entre os dias 31 de janeiro e 3 de fevereiro, das quais 70,8% eram situações graves (vermelhos, laranjas e amarelos) que foram admitidas no SU ou aguardaram na área de apoio clínico. Os doentes menos graves foram encaminhados para as Áreas Dedicadas para Doentes Respiratórios (ADR) do Seixal e Trafaria.
