28-01-2021

Esclarecimento sobre o processo de vacinação COVID-19 no INEM

O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) solicitou vacinas apenas para os profissionais prioritários, tendo recebido as 1.174 doses de vacina anti-COVID-19 Comirnaty® (Pfizer-BioNTech) solicitadas. Estas vacinas foram administradas a todos os profissionais prioritários que manifestaram interesse e puderam ser vacinados. O processo de vacinação no INEM, para administração da primeira dose da vacina, decorreu nos quatro centros de vacinação criados para o efeito (Porto, Coimbra, Lisboa e Faro) e foi conduzido, do ponto de vista logístico e de identificação dos profissionais, pelas Delegações Regionais do INEM.


Quando foi iniciado o processo de vacinação no INEM, no dia 4 de janeiro, foram identificados profissionais prioritários que não preenchiam os critérios para receber a primeira dose da vacina, de acordo com as indicações de segurança do fabricante (Pfizer) e a norma da DGS, nomeadamente por apresentarem contraindicações, com diagnóstico ou presença de sintomas de COVID-19. Paralelamente, aquando da administração da vacina, conforme inclusivamente descrito por outras entidades, verificou-se que, para muitos dos frascos-ampola, seria possível extrair uma dose adicional, além das cinco previstas inicialmente.


Tratando-se de um processo muito complexo a vários níveis, não foi possível prever em concreto, no início da vacinação, qual o número final de doses efetivamente disponíveis.
Em primeiro lugar, pela necessidade de o processo de vacinação decorrer continuamente, tendo em conta o limite de tempo existente para a administração das vacinas (até 120 horas após o descongelamento), sendo necessária a preparação contínua em seringas.
Por outro lado, o facto de não ter sido possível obter a sexta dose para todos os frascos-ampola disponíveis.
Acresce o facto de terem sido implementados quatro locais de vacinação distintos e, ainda, as características complexas do próprio serviço do INEM, nomeadamente a necessidade de garantir a permanente operacionalidade dos meios de emergência, conjugando-a com a disponibilidade dos profissionais para se deslocarem aos centros de vacinação.


Assim, considerando o tempo muito reduzido para administração da vacina, bem como as recomendações de que qualquer vacina não utilizada deveria ser descartada após a diluição, acrescido do facto de ter sido possível extrair seis doses de alguns dos frascos-ampola e não apenas as cinco doses inicialmente estipuladas (de acordo com as indicações do INFARMED), foi possível administrar as doses sobrantes aos profissionais do INEM que dão suporte à atividade de Emergência Médica, para evitar o desperdício destas.
Desta forma, para além das 1.174 vacinas solicitadas, foi possível administrar mais 92 doses.


Os prazos estipulados para administração das vacinas após descongelação e diluição, bem como a logística de todo este processo de vacinação, nomeadamente a exigência de condições de assepsia na sua preparação, não permitiriam a administração destas doses sobrantes a pessoas externas, e em ambientes externos ao INEM. Ou seja, a alternativa seria inutilizar as doses, desperdiçando-as.


Os frascos que não foram efetivamente abertos (12), cujo número apenas foi possível apurar no último dia disponível para a sua administração (dia 8 de janeiro), foram cedidos durante a tarde a dois Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) da região centro e sul, em articulação com as ARSLVT e Centro, após confirmação que existiam condições logísticas para essas vacinas serem administradas dentro das poucas horas disponíveis de acordo com os prazos estipulados.


Em suma, as vacinas solicitadas foram administradas a todos os profissionais prioritários que aceitaram ser vacinados. Aos profissionais não prioritários foram administradas as doses sobrantes, que não poderiam ser cedidas a outras entidades e cuja alternativa seria a inutilização.


O INEM nega, assim, que tenham sido solicitadas vacinas para outros profissionais que não os prioritários e refuta todas e quaisquer acusações de favorecimento pessoal neste processo.


O INEM fez uma gestão rigorosa e transparente das vacinas que recebeu, priorizando os profissionais de acordo com o preconizado no Plano Nacional de Vacinação e identificando todos os vacinados junto da taskforce (o que foi feito no final de cada um dos cinco dias da vacinação), não desperdiçando doses da vacina, o que, isso sim, seria inconcebível.

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