Sónia Cunha, Psicóloga do CAPIC, entrevistada pelo Canal S+
Em plena fase de desconfinamento, o Canal S+ conversou com Sónia Cunha, Psicóloga Responsável pelo Centro de Apoio Psicológico e Intervenção em Crise (CAPIC) do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), sobre a atuação deste importante serviço durante a pandemia Covid-19 e sobre os impactos desta “crise psicológica”.
O CAPIC existe há 16 anos, sempre com o mesmo objetivo: o de atender às necessidades psicossociais da população e dos profissionais. É formado por uma equipa de 20 psicólogos clínicos com formação específica em intervenção em crise psicológica, emergências psicológicas e intervenção psicossocial em catástrofe, com representação nas quatro Delegações Regionais do INEM: Porto, Coimbra, Lisboa e Faro.
Sónia Cunha faz parte desta equipa de psicólogos e, ao Canal S+, explicou porque motivo a pandemia Covid-19, que define como “crise psicológica“, se destaca de outras situações de crise ou de catástrofe que já vivenciámos.
Desde cedo, o INEM e o CAPIC identificaram a necessidade de criação de mecanismos para se adaptarem e permitirem a resposta à população e aos seus profissionais. Esta resposta foi desenhada e estruturada, tendo em conta estas duas necessidades, estes dois contextos que, na opinião de Sónia Cunha, acabam por se sobrepor, mas que têm exigências próprias.
A psicóloga do CAPIC explicou em que consistiu a resposta ao nível interno, dada aos profissionais de saúde e salientou que continuar a garantir a resposta aos pedidos de ajuda da população foi outra das preocupações do CAPIC durante a pandemia por Covid-19.
Nesta segunda fase de desconfinamento, a preocupação é, na opinião de Sónia Cunha, a do impacto do confinamento nas nossas relações, na nossa estabilidade e na nossa saúde mental, impacto que poderá ser visível, não para já, mas numa outra fase de resposta.
Numa fase inicial, a partir de meio de março e até início de abril, o CAPIC registou uma diminuição dos pedidos de ajuda, de uma forma generalizada. A partir da segunda, terceira semana de abril, houve um aumento, que continua a crescer.
A psicóloga do CAPIC destacou ainda outro aspeto: o estigma de quem viveu a doença ou de quem teve contacto com quem a experienciou.
“É muito importante falarmos sobre isso e sobre a não estigmatização destas pessoas porque, em qualquer situação de doença, há o diagnóstico, há o tratamento e há a integração. E a integração destas pessoas na sociedade é fundamental“, rematou.
Fonte: Canal S+
