Estabilidade da curva não pode fazer abrandar medidas

A Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas, e o Secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, alertaram esta quarta-feira que a evolução da curva epidemiológica da COVID-19 em Portugal não pode fazer abrandar as medidas de proteção que têm sido tomadas, pois a curva poderá voltar a subir.

 

Na conferência de imprensa de atualização dos dados da pandemia, a Diretora-Geral da Saúde explicou que existem duas curvas: uma feita com dados reais e outra projetada pelos cientistas, pois existe um conjunto de pessoas assintomáticas e que não são detetadas. Nos últimos dias, assumiu, “tem havido uma certa estabilidade em ambas as curvas – a real e a projetada”- , o que “indicará que poderemos ou não estar em planalto”.

 

No entanto, ressalvou Graça Freitas, “teremos que esperar mais uns dias e ver quando estivermos a descer”, mas isso também “não é um dado garantido”. “Sabemos que se abrandarmos determinadas medidas, podemos ter um segundo pico, um segundo planalto ou segunda ou terceira onda. Temos que olhar para estes dados com muita cautela, muita precaução”, sublinhou, reforçando que se houver um abrandamento das medidas que estão a permitir a estabilidade da curva, esta “poderá voltar a subir”.

 

Sobre este tema, o Secretário de Estado da Saúde destacou que a curva epidemiológica é “de facto importante para percebermos onde estamos e para onde vamos”. “A curva portuguesa pode ter oscilações, mas a nossa resposta à propagação do vírus tem de ser firme e determinada […] Não podemos vacilar, sob pena de prolongarmos o que ninguém quer que se prolongue mais do que o estritamente necessário”, alertou António Lacerda Sales.

 

De acordo com o último boletim epidemiológico da DGS, Portugal tem 13.141 casos confirmados de COVID-19, mais 699 do que no dia anterior, o que representa um aumento de 5.6% em relação a terça-feira. Existem ainda 380 mortes provocadas pela infeção e 196 pessoas recuperadas.

 

Segundo o governante, a capacidade de testagem continua a ser reforçada, tendo sido processadas mais de 130.000 amostras de diagnóstico à COVID-19 desde 1 de março. António Lacerda adiantou ainda que a capacidade diária é de 11.000 testes e que a informação sobre o número de amostras processadas passará a estar disponível diariamente no microsite.

 

Os testes, tal como os equipamentos de proteção individual e os ventiladores, chegam “aos locais que mais precisam, de forma equitativa”.

 

Também presente na conferência de imprensa, João Gouveia, presidente da Comissão de Acompanhamento da Resposta Nacional em Medicina Intensiva para a COVID-19 (CARNMIC), afirmou que “a resposta em Medicina Intensiva tem sido excelente”, reforçando que tem havido “um esforço global” para acompanhar este desafio.

 

João Gouveia assumiu que existe “uma carência crónica de ventiladores no país”, mas tem estado a ser combatida. Contudo, “podemos chegar a um ponto em que não temos recursos humanos para os recursos técnicos que estamos a instalar”. Por isso, lembrou, além dos 260 especialistas em Medicina Intensiva, há condições para dar formação a profissionais que trabalhem sob coordenação destes especialistas.

 

Fonte: DGS

imagem do post do Estabilidade da curva não pode fazer abrandar medidas
Voltar